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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Um domingo em Brighton (2)

Como disse a respeito, Brighton parece ser uma cidade bem agradável. 
Situada em frente ao mar, na costa sudeste da Inglaterra, antigamente importante centro pesqueiro, tem hoje uma forte presença acadêmica pelas universidades e turística recebendo oito milhões de visitantes anualmente. 
Em especial permite que os londrinos, pela pequena distancia, aproveitem para passar um dia de lazer. 
A presença do mar manifesta-se de forma bem pitoresca pela invasão de gaivotas, na foto no Brighton Pier.

Mas estas gaivotas se encontram por toda a parte, inclusive na zona central terminando por ser um dos elementos bem característicos deste elo. Há outros, como a Brighton Marina e o Fishing Museum, aos quais farei referência noutro momento.
Além do pier é um dos pontos marcantes de Brighton o Royal Pavillion inicialmente construído como residência para o Príncipe Regente, mais tarde Rei Jorge IV, que visitou Brighton pela primeira vez no ano de 1783, por recomendação médica da água do mar para o tratamento de sua gota.

Segundo a história, que compraz aos plebeus ouvir, estando longe da Corte Real, em Londres, o Pavillion era também um local discreto para o Principe gozar a ligação com o sua companheira de longo tempo, Mrs. Maria Anne Fitzherbert. 
O Principe desejara desposá-la, e poderá tê-lo feito secretamente; de qualquer forma isso era ilegal devido à sua Religião Católica. 
Acompanhado por Linda e Konrad chego ao saguão de entrada onde se encontra à venda uma grande variedade de souvenirs. 
Linda procura convencer-me a visitar o Pavillion, pois realmente se trata de uma construção magnífica, mas, num momento de reação ao espírito de turista que me toma conta, resisto, lembro-me da poesia de Brecht "Quem transportava as pedras?" e recuso!

Seguindo meu tour ainda me chama a atenção um estabelecimento que não esconde ser de um brasileiro e que vende produtos diversos do Brasil principalmente derivados do guaraná. Procuro conversar com o proprietário que me diz ter nascido em Brasília mas se encontrar há mais de vinte anos na Inglaterra. 
Fala um português carregado de sotaque e vejo nos seus olhos que seu mundo está distante de suas origens. 
Quando estou saindo, como uma espécie de gentileza, entrega-me um cartão em que consta, "The Guaraná Company Ltda, Boutique, Health Bar & Cafe" terminando com a frase "... with a hint of Brazilian magic..."
Há brasileiros por toda parte na Europa vindos nas últimas décadas para trabalhar , uma verdadeira diáspora, movimento que teria diminuído mais recentemente. 
Hoje o movimento é muito grande mas de turistas brasileiros.
Ou, então, como é o meu caso, de brasileiros que resistem em dar esta impressão.

Um comentário:

Marilia disse...

Na época em que estive em Brighton (século passado!!) já tinha muito brasileiro tentando se estabelecer por lá. Inclusive tinha festa temática para agregar esse pessoal. =)