Na janela do trem que se desloca velozmente de Paris para
Rotterdam, tudo vai ficando para trás.
A Bélgica é apenas uma rápida aparição.
Mas toda uma parte da viagem também fica para os registros,
as lembranças,
Os retornos irrealizáveis, o reino do improvável.
Por momentos entende-se a atração por viajar, o impulso que
move os viajantes.
Mas o que se deixou em algum lugar também é muito forte a
nos trazer lembranças e o desejo de voltar.
Viajar é como a vida.
É preciso sempre escolher.
Mas por mais que se viaje apenas se adia o momento de
voltar.
Que, no fundo , é o desejo de todo viajante.
Desejo profundo e doloroso dos que saíram para ir à guerra
ou dos emigrantes à busca de condições de vida e que muitas vezes não voltaram.
Mas igualmente presente , apenas adiado, nos mais
descompromissados viajantes.
É como se viajar fosse apenas uma forma de se ter, voltando,
o que contar.
Como se se pudesse, voltando, continuar a viajar.
P.R.Baptista
P.R.Baptista
Nenhum comentário:
Postar um comentário