Costuma-se dizer que a fotografia aprisiona o momento, congela o tempo.
Em parte isto parece fazer sentido, do contrário esse momento, no vaporetto a caminho de Murano, só teria restado como uma imagem difusa, nebulosa, quase incapaz de ser reconstituída pela memória.
Ao mesmo tempo, no entanto, esse momento tal qual se apresentou de fato já não existe. O que existe é uma angustiante tentativa através do recurso da fotografia de negar tanto seu desaparecimento como o nosso próprio.
O trágico de mãos dadas com a ironia, é que a fotografia é a primeira a nos recordar desse desaparecimento
(P.R.Baptista )
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