briques uma boa sugestão é ir até o MASP onde aos domingos, abrigados pela laje monumental de 70 metros do museu, projeto da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, agrupam-se barracas expondo objetos antigos e curiosidades.
É a Feira de Antiguidades da Paulista criada em 1979 com cerca de 120 expositores.
É a Feira de Antiguidades da Paulista criada em 1979 com cerca de 120 expositores.
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Ronaldo Lemes ao lado de sua banca |
Entre os expositores encontro Ronaldo Lemes que diz estar há 30 anos no local e ser avaliador, ou seja, ter conhecimento para estabelecer o valor de peças.
Quando revelo ser de Pelotas conta que esteve mais de uma vez na cidade a caminho de Jaguarão para buscar antiguidades
Depois de conversarmos por um tempo sigo percorrendo o brique.
Mais adiante encontro Maria Elinda Comparotto, uma simpática senhora que em meio a alguns outros objetos , expõe peças de porcelana, especialmente xícaras.
Entre esses outros objetos pode-se ver à direita da banca, na ponta, pequenas caixas em madeira nobre, delicadamente trabalhadas , segundo me conta, pelo seu marido.
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Maria Compararotto embrulhando a xícara |
Neste momento esclarece que ele é falecido e sente sua falta e pode-se notar que diz isto com muita tristeza.
São as últimas caixas restantes que não serão mais produzidas e logo serão todas vendidas.
Voltando às xícaras acabo comprando uma , japonesa.
Maria mostra-se cntente por ter feito duas vendas, a minha e a de um casal que chega logo a seguir, já no final da feira.
Enquanto ela fica fazendo o embrulho , afasto-me um pouco para olhar a banca ao lado.
Enquanto ela fica fazendo o embrulho , afasto-me um pouco para olhar a banca ao lado.
Depois sigo em frente .
Entre os objetos que encontro chama-me a atenção uma pequena escultura reminiscente de Leda e o cisne.
Apenas quando retorno ao hotel, no outro dia, preparando a bagagem, dou pela falta da xícara!
Depois de conferir e examinar onde pudesse estar concluo que não estava mais omigo.
Ocorre-me de ter esquecido no brique mas como fazer contato para saber?
Seguindo a examinar os papéis encontro a nota de compra!
Nela um nome e um número de telefone.
Ligo.
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Leda e o cisne |
Pergunto pela senhora do brique.
Dizem-me que o número é do consultório de seu filho.
Mas gentilmente me passam o nome da måe
Ligo uma vez e cai na caixa.
Depois de um tempo ligo de novo e, desta vez, ela me atende.
- É sobre a caixa, me pergunta mas já afirmando.
Já sabia da situação, certamente informada pelo fiho, e me esclarece que o embrulho com a xícara ficou com ela, na banca.
Combinamos que enviará pelo correio.
Além de ficar satisfeito ponho-me também a pensar nos detalhes das coincidências da vida.
A não ser pela notinha, que quase deixo de pedir, não teria mais como recuperar a peça.
Descubro também que ao rés do chão existe uma São Paulo de gente simpática, gentil.
E fico contente que nem eles nem nós tenhamos nos separado, como é a tese de alguns, do resto do país, nem tampouco, como querem grupos que fizeram manifestações exatamente nesse espaço do MASP, que a ditadura militar tenha qualquer perspectiva de voltar.